quinta-feira, 12 de julho de 2012

Até que tudo fique claro


Tinha terror noturno. Como se o próprio mal sussurrasse em seus ouvidos.
Acordou, certa noite, mergulhada no medo e no suor.
Ligou para ele e ele não estava. Precisava de música, mas não tinha ninguém para cantar uma balada em seus ouvidos, e acalmar seus gritos, seu medo...
Pensava estar curada. Mas, no fundo, estava só.
Ela precisava de duas coisas: algumas gotas de Rivotril e um copo de água.
Mas colo de mãe já valia. Da mãe de sua infância. Daquela que, ao ouvir seu pavor durante maus sonhos, ia até seu quarto, e segurava seu rosto, até que tudo ficasse claro.
Ela precisava de três coisas: algumas gotas de Rivotril, 
um copo de água e colo de quem quer que fosse.
Mas colo de mãe era o que mais valia. A mãe de sua infância.
Pensava estar curada. Mas, no fundo, era só.

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