sábado, 28 de abril de 2012

Mulher de poeta


Essa espera louca e sem sentido
Querendo te engolir inteira
Te comer sem motivo
E ter você a caminhar em minhas costas
Tirar as minhas botas e calar meus ouvidos
Sussurrando suas falas             
Roçando sua cara
E ainda sim, querendo tudo e mais
E só um tanto dentro de outro tanto
Até te calar, enfim.

Essa espera louca e sem sentido
De semanas e semanas
E calores e zumbido
E minha face toda sua
E minhas pernas bambas e cruas.
E você e eu e tudo o mais
E mais alguém
Essa tristeza, essa frieza
Essa felicidade fingida e ao mesmo tempo real
Visceral. Pânico. Tântrico. Mofo.
E todas as outras pessoas
E a volta toda
E a gente toda que assiste nossos olhares
E sua feição doce, pouca, desdenhosa, intensa e tudo o mais.

Essa espera louca e sem sentido
De te ler
De te entender
E gritar minhas ânsias a quem quiser ouvir
E decidir o que quero
Se te quero
Se te amo
Se te como
Se te corno
Se te lambo
Se te louco
Se te limo
Se te mato
Em meu peito e fim.

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